O tal do brilho nos olhos

O tal do brilho nos olhos

Essa não é uma foto bonita para impressionar quem dá uma olhadinha rápida aqui. É uma foto que eu bati e que em si só têm várias das minhas inseguranças. Meus olhos, olheiras, cabelo preso, acho que nem muita maquiagem tinha. Ok, eu até deixei ela em preto e branco pra dar uma disfarçada haha.

Sinceramente, achei que nunca iria postar. Ainda bem que a gente muda né? Talvez por um tempo eu enxergaria só defeitos, mas depois de uma sessão com minha psicóloga fiquei tentada à procurar o registro desse dia e consequentemente escrever sobre. Estávamos falando do tal “brilho nos olhos”.

Essa foto é a primeira selfie em Londres de outubro de 2017, a viagem que decidi em cima da hora e fui sozinha. Eu havia acabado de chegar, desembarquei no aeroporto, peguei o metrô, deixei as coisas no hotel e parei pra pensar: tomo um banho e me arrumo ou saio assim mesmo?

Se eu parasse pra me arrumar ia ficar escuro, estava frio, eu ia acabar desistindo e ficando na zona de conforto do hotel. Então eu sai. Eu já sabia onde eu queria pisar sem nem pensar duas vezes: Trafalgar Square, o primeiro lugar que sai em Londres na minha primeira vez por lá.

Deixa eu esclarecer algumas coisas: eu nunca planejei voltar pra Londres, eu já havia passado um mês em 2010 e era muito mais interessada em conhecer novos lugares. E daí as coisas aconteceram para eu voltasse e essa nem iria ser a única vez. É, a vida é louca.

Mas voltando à esse momento da foto, a segunda coisa que quero falar é sobre a liberdade de viajar sozinha. Essa foi a primeira vez que eu estava completamente sozinha e fazendo as minhas escolhas: ficar no hotel ou ir para o lugar que tinha muito significado para mim. Sentar e observar as pessoas. Ir para a esquerda ou para a direita. Andar até a London Eye e o Big Ben (já ia escurecendo). Observar as folhas do outono no chão. Tirar uma foto. Ir até Covent Garden – que eu não conhecia. Parar. Andar. Escolher comer hambúrguer no Shake Shack.

Foi um mix de experiências novas e antigas, mas sem absolutamente ninguém interferindo nas minhas escolhas, senão eu mesma. O tal do brilho nos olhos que falei no começo me acompanhava nesse momento. Sem passado nem futuro, minha psicóloga questionou na segunda-feira. Eu chorei. Era exatamente isso, sem passado nem futuro, eu estava inteira naquele momento. Eu e eu. Sem nem imaginar tudo ia acontecer depois, sem nem lembrar de todas as outras coisas do passado.

Feliz!

Plena!

E por quê não postar uma foto desse momento tão significativo? Só porque não estou “bonita”?

Que besteira… obrigada a minha psicóloga por me lembrar desse dia e pela conversa 🙏🏼

Com amor, Ana.

📍Trafalgar Square | Londres | Outubro | 2017

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